sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Caralluma fimbriata

RESOLUÇÃO - RE No- 5.915, DE 20 DE DEZEMBRO DE 2010


A Diretora da Diretoria Colegiada da Agência Nacional de

Vigilância Sanitária, nomeada pelo Decreto de 25 de março de 2009,

do Presidente da República, no uso das atribuições que lhe conferem

o art. 12, do Decreto nº. 3.029/1999, c/c arts. 15 e 55, I, § 1º, do

Anexo I, da Portaria nº. 354, de 11 de agosto de 2006, republicada em

21 de agosto de 2006 e, ainda, a Portaria nº 1.256 da ANVISA, de 14

de setembro de 2010,

considerando o art. 5º da RDC nº 204, de 14 de novembro de

2006;

considerando que a CARALLUMA FIMBRIATA não teve

sua eficácia terapêutica e segurança avaliadas por esta Agência;

considerando o art. 7º da Lei nº 6.360, de 23 de setembro de

1976, resolve:

Art. 1º Determinar, como medida de interesse sanitário, a

suspensão da importação, fabricação, distribuição, manipulação, comércio

e uso, em todo o território nacional, do insumo CARALLUMA

FIMBRIATA e de todos os produtos que contenham referido

insumo.

Art. 2º. Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.

MARIA CECÍLIA MARTINS BRITO
 
 
 
 

Reportagem exibida dia 01/12/2010 no Jornal do Almoço da RBS TV de Florianópolis.


DESCRIÇÃO


Caralluma fimbriata é um cacto da família botânica ASCLEPIADACEAE. Tem sido utilizada como alimento na Índia por séculos. Caçadores levam porções de Caralluma em suas jornadas, para se manter e suprimir a sensação da fome (1).
Caralluma é encontrada em regiões selvagens da África, Ilhas Canárias, Arábia, no sul da Europa, no Ceilão e no Afeganistão. Também conhecida por Ranshabar, Makad shenguli, Kallimudayan e Shindala makadi na Índia, é consumida regularmente na forma de legume cozido, em conserva na forma de picles e chutneys, e às vezes consumida crua (2). Apresenta-se na forma de um pó fino levemente marrom ou amarelo-amarronzado.


PROPRIEDADES


Os principais constituintes fitoquímicos da Caralluma fimbriata são glicosídeos de pregnana, glicosídeos flavônicos, glicosídeos de megastigmana, princípios amargos, saponinas e vários flavonóides (1, 2).
O mecanismo de ação proposto para redução de peso e segurança é que os glicosídeos de pregnana -e talvez outros constituintes de Caralluma- previnam a acumulação de gordura pelo bloqueio da liase de citrato, uma via de ação similar à de Garcinia cambogia. Caralluma também atua pelo bloqueio da Coenzima A malonil, o que poderia levar a um declínio na formação de gorduras no caminho metabólico (2, 3).
Caralluma suprime o apetite como parte de sua ação sobre o centro de controle do apetite no cérebro. Acredita-se ainda que os glicosídeos de pregnana inibam os mecanismos de percepção da fome do hipotálamo (2).
Uma característica notável desse cacto é sua capacidade de causar perda de peso em humanos, mas sem estimular o sistema nervoso central. Caralluma suprime o apetite, o que causa uma redução no consumo de alimentos (3).
Num estudo clínico, 50 indivíduos obesos receberam 1 g do extrato de Caralluma Fimbriata ou placebo por 60 dias. Comparado ao placebo, o grupo que recebeu Caralluma mostrou redução do apetite (1).
Além da longa história de ingestão segura do cacto como alimento, evidências da segurança do uso de Caralluma foram produzidas por um estudo de LD50 em ratos e dois estudos clínicos (2).
No estudo pré-clínico, doses de 2g e 5 g/kg peso corporal ao dia foram dadas a ratos. Todos os animais sobreviveram até o final do estudo, que durou 14 dias. Na necropsia, estudos histológicos não revelaram qualquer anormalidade nos órgãos internos. A LD50 para os ratos foi maior que 5 g/kg (2, 3).
Num estudo clínico aleatório, duplo-cego, controlado por placebo, 50 pacientes receberam extrato de Caralluma fimbriata ou placebo. Os efeitos adversos foram limitados a pequeno desconforto do trato gastrointestinal, presentes também no grupo que recebeu placebo. O estudo não constatou qualquer sinal de toxicidade do extrato. Outro estudo clínico mostrou resultados positivos na perda de peso, além da segurança do extrato, sem ocorrência de efeitos adversos graves (2, 3).

CONTRA-INDICAÇÕES

Hipersensibilidade ao fármaco; Lactação; Gestação;
Pacientes menores de 18 anos.

EFEITOS ADVERSOS


Caralluma mostrou ocorrência mínima de efeitos adversos. Em estudos clínicos, relatou-se desconforto gastrintestinal suave. Flatulência também foi relatada, mas esses efeitos tenderam a desaparecer após a primeira semana de uso (2, 3).

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


1) Wikipedia – Caralluma fimbriata (http://en.wikipedia.org/wiki/Caralluma_fimbriata);
2) SlimalumaTM - A New Appetite Suppressant Ingredient - Safety Review by Dr. Harry Preuss - Georgetown University Medical Center Washington DC (www.npicenter.com/images/profile/23837/SlimalumaBooklets.pdf);
3) Caralluma fimbriata advice (http://www.caralluma-fimbriata-advice.com/articles/what-is-caralluma-fimbriata.html).

10 comentários:

  1. Tomei caralluma por 15 dias e tive que parar pq senti muito desconforto intestinal, prendeu meu intestino e formou muito gases tentei insistir esperando que passasse mas infelizmente tive que parar,confesso que fiquei muito triste, pq esperava o resultado de todos que vi nos sites...

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  2. Obrigado pelo seu comentário...
    Todos os medicamentos, inclusive os fitoterápicos, podem causar alguns efeitos adversos em quem os toma. Isso pode variar de organismo para organismo. No seu caso, os efeitos que vc relatou, já apareciam na literatura que publiquei anteriormente.
    Sugiro que vc pare de tomar e consulte um médico para avaliar o risco-benefício, se pretender voltar a tomar o medicamento.

    EFEITOS ADVERSOS


    Caralluma mostrou ocorrência mínima de efeitos adversos. Em estudos clínicos, relatou-se desconforto gastrintestinal suave. Flatulência também foi relatada, mas esses efeitos tenderam a desaparecer após a primeira semana de uso (2, 3).

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  3. tb tive gases, mas durou uma semaninha, depois parou. estava com 300 g agora vou para 500mg. Dá muita energia! eu sou anêmica, e há muito não me sentia tão bem.

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  4. Obrigado pelo seu comentário, Linda...
    que bom que vc está se dando bem com a Caralluma... mas cuide de sua anemia... consulte um médico se ainda não o fez...

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  5. Se a planta é da família das apocináceas então não se trata de um cacto! Isso é só um detalhe que realça a ignorância de quem divulga fitofármacos. Não dá pra confiar... Quem se arrisca?

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  6. Realmente houve um equívoco por parte do fornecedor que me passou o informativo técnico. A Caralluma pertence à família ASCLEPIADACEAE. Já arrumei no texto. Valeu pela dica...
    Agora por conta disso, generalizar e colocar em dúvida o uso de fitoterápicos e ainda duvidar da capacidade profissional das pessoas que trabalham nessa área, me parece exagero por parte do amigo, que se esconde atrás do véu do anonimato. Eu duvido que uma pessoa que tenha conhecimento botânico seja capaz de fazer essa generalização. A não ser que ela faça como um certo doutor famoso da televisão e se venda aos interesses das poderosas multinacionais farmacêuticas, que só visam o lucro e ainda querem se apropriar de plantas que são oriundas e exclusivas do Brasil...

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  7. Estou tomando caralluma ha 8 dias, já perdi 1.200
    KG.Não senti absolutamente nada, achei a medicação simplesmente perfeita, pois já tomei vários remédios p perder peso, estou mais disposta, escolhendo melhor os alimentos e comendo pouco. Meu desejo por, doces e frituras SUMIU!Se é apocináceo ou asclepia... ,nunca estive tão bem.(para o Sr. Anônimo)

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  8. Infelizmente, Rosane, a Caralluma foi proibida pela ANVISA e vc não conseguirá mais comprá-la no mercado nacional.
    O que me revolta é que tiram, do mercado brasileiro, medicamentos que são usados no mundo todo, alegando desconhecer-se os efeitos colaterais e o cigarro, por exemplo, que se conhece todos os malefícios que pode causar à saúde e todos os gastos que causa aos cofres públicos, esse não se tira de circulação.
    Acho que se a presidenta Dilma tem realmente o objetivo de combater a obesidade no Brasil, ela poderia aproveitar a mudança de diretoria na Anvisa e trazer de volta ao mercado medicamentos, como a Caralluma e o Hoodia, que ajudarão a cumprir essa meta.
    Obrigado pelo seu comentário, Rosane.
    Um abraço do seu Personal Farmacêutico.

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  9. OI cmo vai Richard?Tenho transtono da ansiedade e tomo paroxetina há 5 anos, e comecei a usar a caralluma.Será que a Caralluma pode interferir no meu tratamento??Estou muito preocupada.Att Tereza

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  10. Bom dia, Tereza... Comigo vai tudo bem, graças a Deus... espero que com a sra. também... Não existem interações medicamentosas estudadas entre a Paroxetina e a Caralluma. Porém, a Caralluma teve seu uso suspenso no Brasil, pela ANVISA, órgão do governo federal responsável por essa área. Sugiro que a sra. não tome mais a Caralluma. Converse com o seu médico e peça algum outro medicamento que a sra. possa tomar junto com a Paroxetina. Existem várias terapias alternativas que podem ajudar a controlar a sua ansiedade e a emagrecer também. Além dos fitoterápicos, temos a Medicina Ayurvédica, Chinesa, tratamento psicológico, acupuntura, homeopatia, florais, etc... em acordo com o seu médico, procure uma outra alternativa e seja feliz... obrigado pela confiança...

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