A Diretora da Diretoria Colegiada da Agência Nacional de
Vigilância Sanitária, nomeada pelo Decreto de 25 de março de 2009,
do Presidente da República, no uso das atribuições que lhe conferem
o art. 12, do Decreto nº. 3.029/1999, c/c arts. 15 e 55, I, § 1º, do
Anexo I, da Portaria nº. 354, de 11 de agosto de 2006, republicada em
21 de agosto de 2006 e, ainda, a Portaria nº 1.256 da ANVISA, de 14
de setembro de 2010,
considerando o art. 5º da RDC nº 204, de 14 de novembro de
2006;
considerando que a CARALLUMA FIMBRIATA não teve
sua eficácia terapêutica e segurança avaliadas por esta Agência;
considerando o art. 7º da Lei nº 6.360, de 23 de setembro de
1976, resolve:
Art. 1º Determinar, como medida de interesse sanitário, a
suspensão da importação, fabricação, distribuição, manipulação, comércio
e uso, em todo o território nacional, do insumo CARALLUMA
FIMBRIATA e de todos os produtos que contenham referido
insumo.
Art. 2º. Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.
MARIA CECÍLIA MARTINS BRITO
Reportagem exibida dia 01/12/2010 no Jornal do Almoço da RBS TV de Florianópolis.
DESCRIÇÃO
Caralluma fimbriata é um cacto da família botânica ASCLEPIADACEAE. Tem sido utilizada como alimento na Índia por séculos. Caçadores levam porções de Caralluma em suas jornadas, para se manter e suprimir a sensação da fome (1).
Caralluma é encontrada em regiões selvagens da África, Ilhas Canárias, Arábia, no sul da Europa, no Ceilão e no Afeganistão. Também conhecida por Ranshabar, Makad shenguli, Kallimudayan e Shindala makadi na Índia, é consumida regularmente na forma de legume cozido, em conserva na forma de picles e chutneys, e às vezes consumida crua (2). Apresenta-se na forma de um pó fino levemente marrom ou amarelo-amarronzado.
PROPRIEDADES
Os principais constituintes fitoquímicos da Caralluma fimbriata são glicosídeos de pregnana, glicosídeos flavônicos, glicosídeos de megastigmana, princípios amargos, saponinas e vários flavonóides (1, 2).
O mecanismo de ação proposto para redução de peso e segurança é que os glicosídeos de pregnana -e talvez outros constituintes de Caralluma- previnam a acumulação de gordura pelo bloqueio da liase de citrato, uma via de ação similar à de Garcinia cambogia. Caralluma também atua pelo bloqueio da Coenzima A malonil, o que poderia levar a um declínio na formação de gorduras no caminho metabólico (2, 3).
Caralluma suprime o apetite como parte de sua ação sobre o centro de controle do apetite no cérebro. Acredita-se ainda que os glicosídeos de pregnana inibam os mecanismos de percepção da fome do hipotálamo (2).
Uma característica notável desse cacto é sua capacidade de causar perda de peso em humanos, mas sem estimular o sistema nervoso central. Caralluma suprime o apetite, o que causa uma redução no consumo de alimentos (3).
Num estudo clínico, 50 indivíduos obesos receberam 1 g do extrato de Caralluma Fimbriata ou placebo por 60 dias. Comparado ao placebo, o grupo que recebeu Caralluma mostrou redução do apetite (1).
Além da longa história de ingestão segura do cacto como alimento, evidências da segurança do uso de Caralluma foram produzidas por um estudo de LD50 em ratos e dois estudos clínicos (2).
No estudo pré-clínico, doses de 2g e 5 g/kg peso corporal ao dia foram dadas a ratos. Todos os animais sobreviveram até o final do estudo, que durou 14 dias. Na necropsia, estudos histológicos não revelaram qualquer anormalidade nos órgãos internos. A LD50 para os ratos foi maior que 5 g/kg (2, 3).
Num estudo clínico aleatório, duplo-cego, controlado por placebo, 50 pacientes receberam extrato de Caralluma fimbriata ou placebo. Os efeitos adversos foram limitados a pequeno desconforto do trato gastrointestinal, presentes também no grupo que recebeu placebo. O estudo não constatou qualquer sinal de toxicidade do extrato. Outro estudo clínico mostrou resultados positivos na perda de peso, além da segurança do extrato, sem ocorrência de efeitos adversos graves (2, 3).
CONTRA-INDICAÇÕES
Hipersensibilidade ao fármaco; Lactação; Gestação;Pacientes menores de 18 anos.
EFEITOS ADVERSOS
Caralluma mostrou ocorrência mínima de efeitos adversos. Em estudos clínicos, relatou-se desconforto gastrintestinal suave. Flatulência também foi relatada, mas esses efeitos tenderam a desaparecer após a primeira semana de uso (2, 3).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1) Wikipedia – Caralluma fimbriata (http://en.wikipedia.org/wiki/Caralluma_fimbriata);
2) SlimalumaTM - A New Appetite Suppressant Ingredient - Safety Review by Dr. Harry Preuss - Georgetown University Medical Center Washington DC (www.npicenter.com/images/profile/23837/SlimalumaBooklets.pdf);
3) Caralluma fimbriata advice (http://www.caralluma-fimbriata-advice.com/articles/what-is-caralluma-fimbriata.html).